ARTIGO - Os Inovadores "Sindicalistas"
Artigo do CA de História do Campus de Porto Nacional - UFT
Desde o início da malfada greve deflagrada por uma meia dúzia de “sindicalistas” caricatos e suas camisas vermelhas, eu me pergunto, mas afinal, QUE GREVE É ESSA? Nos meus já quase quatro anos de academia, não achei que presenciaria um evento tão vergonhoso como este. Primeiramente, ao modo stalinista de liderar, usaram de argumentos mentirosos, dizendo que professores da UFPA e UFMT já estavam em greve, depois foi a paralisação nos dias finais do primeiro semestre de 2011, impedindo que as pessoas exercessem o sagrado direito de ir e vir no campus de Palmas, o que em outros momentos poderia até ser aceitável, pois, em uma greve de verdade medidas extremas são necessárias. Mas definitivamente, uma “greve” perpetrada e mantida por meia dúzia não merece nenhum crédito ou respeito.
Com bem deve saber o comitê central da SESDUFT, greve é uma questão de conjuntura. Eu me pergunto se as cabeças pensantes que lideram a SESDUFT são irresponsáveis ou ingênuas, pois tem que ser muito ingênuo para acreditar que uma greve sem unidade de alguns professores de uma universidade nova do norte do país que não tem nenhum peso político frente à Brasília obtenha algum, mesmo que mínimo sucesso. Ou então muito irresponsável, para manter uma greve que não tem nem o apoio da própria categoria e que terá como único resultado o prejuízo aos alunos. Eu como estudante de licenciatura, mais do que ninguém sei o quanto a classe docente é desvalorizada em todos os níveis, e tenho a plena consciência do quão justas são as reivindicações da categoria, no entanto nem eu nem você podemos ser coniventes com essa prática deplorável de “sindicalismo” atualmente praticada pela SESDUFT. É como se lançássemos mão dos mais duvidosos e reprováveis meios, para justificarmos um fim comum.
Outra coisa que chama bastante atenção é o empenho dos poucos que aderiram à greve. Sempre foi praxe em greves, e eles como professores devem saber disso, a categoria reivindicante ocupar seus postos de trabalho, como uma demonstração de insatisfação que sempre teve um significado simbólico: cruzamos os braços não por que não queremos trabalhar, mas sim por que as condições são degradantes. Foi assim na greve dos bombeiros do Rio em 2011, dos bancários em 2010, dos correios em 2008, na greve dos PM’s do Tocantins em 2001, e foi assim em outros incontáveis movimentos grevistas acontecidos na história. No caso da UFT, a única coisa que indica que os professores estão em greve são as faixas penduradas em alguns campi, nada mais. Eles devem estar inventando um novo tipo de greve, sim porque os “sindicalistas” da UFT gostam de inovar, primeiro inovaram ao lançar o conceito de “GREVIDEZ PSICOLÓGICA”, pois a greve dos professores da UFMT e da UFPA no final do semestre passado que eles usaram como argumento para deflagrar a greve só existia na cabeça deles.
Outro conceito que está ganhando força é o de “WEB GREVE”, sim uma mistura de greve com web, pois o único lugar onde vejo alguns professores da UFT se movimentarem é no TWITTER e no FACEBOOK, ou através de comentários no site do ANDES. Um jeito moderno, “fácil” e confortável fazer greve. Eles são os únicos corretos, sim por que errados são os milhares de professores de outras mais de 50 IFES país afora que não entraram em greve. Outra coisa que chamou a atenção, foi o fato da SESDUFT questionar a tentativa de retorno as aulas do colegiado de biologia de Porto Nacional, algo que demonstra imaturidade, autoritarismo e inveja, sim porque essa é a única justificativa para tal atitude, pois uma reunião de um único colegiado – o de biologia – conseguiu reunir mais professores do que essa greve inteira chegou a reunir na frente do campus de Palmas ou de Porto Nacional.
Caros alunos da UFT, não podemos ser coniventes com esse tipo de prática, movimentem-se. No caso da greve de alguns professores os fins não podem justificar os meios, isso é uma questão de responsabilidade e ética, algo que nossos professores deveriam praticar e ensinar em sala de aula.
Por Daniel Freitas
Presidente do CAHIS
Centro Acadêmico de História
Campus de Porto Nacional
3 comentários
Uma correção, o termo correto é mesmo "Grevidez Psicologica" uma mistura de gravidez com greve.
Lamento de ver que um estudante, numa universidade pública, vem escrever um artigo tão ofensivo, somente no intuito de desqualificar uma luta justa e legítima (e extremamente necessária mas desigual)... Há erros? Certamente. Mas tais erros não estão, sequer perto, dentro de tal análise enviesada e superficial apresentada.
Essa vai entrar para a HISTÓRIA como mais uma, das inúmeras humilhações, que nós professores, estamos a sofrer todos os dias... a decadência da educação de qualidade e crítica se amplia a passo largos, eis a verdade... lamentável mesmo... fico muito triste com essa situação e postura de alguns...
Olá Prof. Édi Benini,
Como o sr. deve ter lido no artigo, em nenhum momento eu desqualifico as reivindicações, como futuro docente sei o quanto nossa classe é desvalorizada. Critico a forma como o sindicato as conduz e de forma alguma o artigo é uma ofensa a classe docente da UFT,caso tenha compreendido dessa forma espero desfazer aqui o mal entendido.
Apenas acredito que um sindicato conduzido de forma tão linear, sem debates com os demais segmentos e que as vezes tenta sobrepor-se a eles (nos conselhos deliberativos) tem de ser questionado, e sinceramente, não creio que ele representa a grande maioria dos professores da nossa instituição, isso é visível estatisticamente, politicamente e ideologicamente. Professor, não devemos através das finalidades bem intencionadas justificar o uso de meios reprováveis, isso é uma questão de ética e responsabilidade. Greve é uma questão de conjuntura e debate, ela deve ser construída e não imposta.
Tenha a certeza professor, que quando houver debate e unidade, estarei pronto para apoiar e defender o movimento.
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