Estudantes fazem Reitoria comemorar problemas nas obras da UFT
Todos gostaram do bolo, exceto os alunos. |
Ocorreu na ultima quarta- feira (27/04) um importante evento de manifestação organizado pelo DCE/UFT e os CA´s do Campus Universitário de Palmas, para cobrarem soluções de problemas que persistem a muito tempo. A manifestação iniciou-se com a confecção de 4 faixas, que foram fixadas em várias partes do campus e denunciavam os maiores problemas enfrentados pelos acadêmicos:
• PROFESSORES: “Queremos estudar. Não temos professores?”
• BIBLIOTECA: “E nessa Biblioteca tem goteira. Pinga ‘ni mim’!”
• LABORATÓRIOS: “Ocorrem problemas e quem paga somos nós? Onde estão nossos laboratórios?”
• CANTINAS: “Parabéns novas cantinas. E o primeiro pedaço de bolo vai para...”
Mais de 200 estudantes participaram do protesto. |
A repercussão das faixas foi tamanha, que o Reitor da universidade, Prof. Dr. Alan Barbiero entrou em contato com o DCE, marcando uma reunião com os estudantes para o dia 27/04 às 9h no Bloco D. Diferentemente do que se esperava, os estudantes não cancelaram a manifestação e surpreenderam a todos levando as faixas e muitas outras surpresas para a reunião.
A reunião foi organizada de tal forma que os estudantes presentes puderam fazer suas perguntas, críticas e sugestões oralmente ou por escrito, enquanto o presidente do DCE, Felipe Albuquerque, e o presidente do CA de Engenharia Civil, Rafael Cordeiro, organizavam o evento.
O reitor trouxe consigo outras autoridades do campus: o Vice-reitor Prof. Expedito Cavalcante, o Diretor de Campus Universitário de Palmas, Prof Aurelio Picanço, o Diretor de Obras Civis Luciano Sbroglia, e os Pró-Reitores de Administração e Finanças e Graduação, Guimarães e Isabel Auler., Cada um deles respondiam as perguntas tocantes à sua jurisdição.
Como afirmaram os estudantes esse foi o momento de “lavar a roupa suja” e descobrir quem eram os responsáveis pelos problemas.
Laboratórios
A primeira pauta abordada foi a dos laboratórios, onde os alunos questionaram o porquê das obras não estarem prontas e também por que estão paradas. A resposta do Reitor foi de que o problema teria ocorrido no estágios da licitação, onde a segunda colocada questionou a primeira, que apresentando problemas nos dados cadastrais foi impedida de começar a obra, levando assim, a um novo processo de disputa de licitação.
Esse segundo processo ocorreu tranquilamente e a obra teve início, porém em pouco tempo parou novamente. O motivo: a descoberta de um problema nas fundações, pois devido ao período chuvoso o lençol freático sofreu uma flutuação que tornava as bases descritas no projeto inicial inviável. Nesses casos o projeto é revisado, são feitas as modificações necessárias e muitas vezes é feito também um aditivo contratual.
Essa flutuação já deveria ter sido prevista desde o inicio da construção. A resposta obtida do Diretor de Obras foi que a flutuação do lençol não era esperada e ocorreu devido ao grande volume de chuvas. Porém um fato curioso é o de que as outras obras feitas recentemente no campus, como a biblioteca, os blocos H I e J, o bala 2 e o projeto do restaurante universitário, já possuem as bases feitas de forma correta, e todas essas obras iniciaram seus projetos aproximadamente no mesmo período.
Até o dia da reunião a empresa responsável pela construção ainda não havia dado a resposta se aceitaria ou não a alteração do projeto.
Nós estudantes percebemos que a falha está no projeto mas o que queremos saber é: Quem, ou que órgão foi o responsável por esse erro? Ainda aguardamos uma resposta.
A solução proposta pelas autoridades, chamada pelo Profº Aurélio de “plano B”, é uma parceira junto ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFTO), que possui uma infra-estrutura de laboratórios devidos aos cursos técnicos de edificações e eletrônica, e com a Ulbra, que possui o curso de engenharia civil, e dessa forma atender momentaneamente as necessidades dos curso de Engenharia Civil e Elétrica. O reitor afirmou que a UFT possui o dinheiro necessário para pagar a locação dos laboratórios.
Biblioteca - o kit biblioteca
Abrindo a pauta, o presidente do DCE/UFT, Felipe Albuquerque, citou os problemas principais, como as goteiras e o sol, e apresentou ao reitor o “Kit biblioteca” composto por um guarda-chuva e um protetor solar. Os alunos apresentaram diversos problemas recorrentes na biblioteca: goteiras, navegação restrita apenas ao portal da UFT nos computadores, número insuficiente de mesas, ausência de internet wireless, falta de tomadas, livros estragados devido a goteiras, excesso de sol, elevadores, poucos armários e guarda volumes, número de saídas, CAPES WEB TV desligada.
As goteiras são um dos sérios problemas que a biblioteca apresenta desde antes de sua inauguração. São várias goteiras na estrutura do teto e da clarabóia, chegando ao ponto de estragar livros. Mais de 64 exemplares foram perdidos. A explicação obtida do diretor de obras é de que como a clarabóia foi instalado no período chuvoso ocorreu um problema no material que é usado na vedação e devido a isso ocorrem as infiltrações.
Esse não é o único problema gerado pela clarabóia: a incidência de sol é enorme ao ponto de ter sido necessário a instalação de uma película no vidro, que está rachado, e mais recentemente de realizar uma cobertura externa com uma lona. Os alunos cobram a reparação dos problemas e que a empresa responsável pela obra, restitua à UFT os livros perdidos.
Na construção da biblioteca não se instalou tomadas suficientes para atender a demanda dos alunos, ainda não existe a prestação do serviço de internet wireless nas dependências internas da biblioteca, as mesas disponíveis não estão sendo suficientes para o número de alunos, o ar condicionado goteja sobre as mesas de estudo individual que estão próximas, entre outros.
O reitor e sua comitiva disseram que esses problemas de adaptação simples que geralmente acontecem em construções novas. As mesas e cadeiras já estão sendo compradas, totalizando 25 mesas e 100 cadeiras, os repetidores de sinal wireless também, e que tudo caminha para se ajeitar.
O desligamento do Capes web TV foi apenas citado na reunião, porém isso foi o suficiente para que nessa sexta feira (29/04) o sistema voltasse a funcionar.
Professores
Nessa pauta o enfoque principal foi na falta de professores de diversos cursos e o porque de não ocorrer a integração entre cursos de matérias comuns a dois ou mais cursos, como é o caso de Introdução a informática e algoritmo ofertada nos cursos de engenharia civil e elétrica que poderia ser cursada juntamente a Ciência da Computação.
A pro reitora de graduação, profª Isabel, disse que essa é uma proposta do campus porém isso ainda não ocorre. Outra proposta apresentada pelos alunos para completar o quadro docente dos cursos do Reuni é trazer professores de outros cursos. A idéia foi elogiada e os alunos esperam que seja posta em prática.
O reitor discursou também a respeito de um decreto da presidência que proíbe a contratação, porém já há concursos em andamento na UFT e em breve alguns professores chegarão à universidade.
Cantinas
Um bolo para cada cantina fechada. |
As cantinas são um problema antigo e até hoje sem solução. Construíram-se dois quiosques no campus de campus de Palmas sem instalação de esgoto. A obra foi inaugurada no dia 14 de maio de 2010, porém não foi recebida pelo campus. Os alunos cumprindo o que estava escrito nas faixas e em comemoração a um ano de obra parada, levaram bolos de aniversario, cantaram parabéns, soltaram fogos de artifício.
Após esse momento o diretor de obras teve espaço para se manifestar, e disse que as obras estavam prontas. Essa fala gerou uma indignação e protesto instantâneo nos alunos que diziam: se está pronta porque não está funcionando e o campus não recebeu? Não houve resposta do diretor.
Essa ultima pauta foi encerrada pelo alunos dizendo que esperam não precisar fazer o churrasco de uma vaca para comemorar dois anos de cantinas inutilizadas.
O reitor agradeceu a oportunidade de diálogo e a reunião foi fechada com a seguinte frase proferida pelos alunos:
“Reitor nós não estamos cobrando prazos, estamos cobrando soluções. Esperamos não termos que nos organizar para tomar atitudes mais radicais.”
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